segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Top 10 - Episódios marcantes nos seriados

ATENÇÃO! ESSE POST CONTÉM SPOILERS DOS SEGUINTES SERIADOS: TWIN PEAKS, GAME OF THRONES, BREAKING BAD, BATTLESTAR GALACTICA, LOST E SIX FEET UNDER.

NÃO LEIA ESSE POST (OU A DESCRIÇÃO QUE FIZ DOS EPISÓDIOS) SE NÃO QUISER TOMAR UM SPOILER.

A televisão evoluiu muito nos últimos anos, e, com isso, tivemos seriados com valores de produção cada vez maiores chegando a nós. Seria inimaginável encontrar algo da complexidade e qualidade de Breaking Bad ou Lost (mesmo com suas explicações baratas no final) alguns anos atrás. Pensando nisso, resolvi fazer um TOP 10 dos episódios que mais me marcaram nos últimos tempos.

Fazer essa lista não foi nem um pouco fácil, pois sei que muita coisa boa ficou de fora. Além do mais, após ter decidido quais seriam os 10, fiquei quase meia hora olhando para os nomes e pensando a ordem em que eu colocaria eles, pois todos têm um lugar especial no meu coração. Cheguei à conclusão de que eu poderia passar alguns dias pensando e mesmo assim não conseguiria escolher. Sendo assim, colocarei eles pela ordem alfabética do nome da série.

Vamos para a lista:



Desde o início da terceira temporada (ou do fim da segunda, não tenho certeza agora), ouvíamos falar nos "Final Five", que eram os últimos modelos de cylons infiltrados na Galactica. Durante toda a terceira temporada, aguardávamos com ansiedade por essa revelação e em Crossroads, um grupo de personagens começa a ouvir uma música, mas não sabemos o que aquilo significa. Até que chega o instante em que eles se juntam e se dão conta de que eles são os Final Five. O que dá mais poder ao episódio é que não foi apenas o público que descobriu a identidade deles, pois os próprios personagens não sabiam dessa sua condição. Paralelamente, temos o julgamento de Gaius Baltar - um dos melhores personagens da série - por crimes contra a humanidade (ou o que restou dela). Para fechar com chave de ouro, ainda descobrimos que a Starbuck, dada como morta em episódios anteriores, volta e ajuda a frota da Galactica contra uma invasão Cylon.



Walter White sente-se cada vez mais encurralado por saber que Gus quer vê-lo morto. Utilizando mais um dos seus planos maquiavélicos, ele envenena o garoto Brock para tentar incriminar Gus e ter Jesse ao seu lado, pois já previa que este seria mandado para matá-lo. Com o tempo ganho com essa manobra, Walt vai atrás de Hector Salamanca e bola um plano genial para ter Gus sozinho no quarto do velho. A explosão que mata Gus, junto com o "Eu venci" dito por Walt no fim do episódio podiam muito bem marcar o final da série. Mas ainda tinha coisa boa por vir.



É difícil falar de Ozymandias sem sentir um pouco de arrepio pela perfeição que o episódio demonstra. Logo em seu início, sem cerimônia nenhuma, temos a execução de Hank, um dos personagens mais importantes da série. Skylar acaba sendo encurralada por Marie e se sente obrigada a revelar toda a verdade a Walt Jr. Com isso, dois dos maiores pesadelos de Walt acontecem: seu filho descobre que ele é um traficante de metanfetamina e quase todo o dinheiro que ele conseguiu a partir disso é roubado pela gangue de neo-nazistas. O único defeito de Ozymandias é que ele é tão bom, que não tinha como a série chegar a um climax maior. Com isso, os episódios restantes, mesmo sendo bons, não conseguiram alcançar seu brilhantismo.



Desde o primeiro minuto de seu primeiro episódio, Game Of Thrones mostrou-se um seriado diferenciado. Por ser da HBO, esperava-se algo pesado e sanguinário, ainda mais por ser baseado em uma série de livros que contém essas características. Todo mundo sabe que George R. R. Martin não sente o menor remorso ao matar seus personagens, mas o que acontece em Rains Of Castamere é algo que nem o mais pessimista poderia esperar. Lembro que não se falava em outra coisa no facebook a não ser o casamento vermelho. E quando finalmente chega o momento, é difícil crer naquilo que estamos vendo. A família Stark, que já vinha diminuindo seus números, tem assassinados Catelyn e Robb, dois personagens importantíssimos para a trama (e de lambuja, ainda matam a esposa de Robb e o filho não nascido dele). Se tem uma coisa que Rains of Castamere prova, é que não é fácil ser um Stark em Westeros.



Blackwater, pra mim, é um episódio que simboliza perfeitamente o quanto a televisão evoluiu nos últimos anos. Antigamente, era impossível imaginar um seriado que tivesse batalhas épicas como as mostradas no cinema. Blackwater é um episódio que foca única e exclusivamente na batalha que decorre da tentativa de invasão de Stannis Baratheon a Porto Real. O episódio tem tudo que uma grande produção cinematográfica oferece: drama, sangue, discursos heróicos e efeitos especiais de primeira classe. O desfecho - que faria dele o melhor episódio da história do universo se a Cersei tivesse se matado - é surpreendente e coroa uma das melhores coisas que a televisão nos mostrou nos últimos anos.



Lost foi um seriado com diversos momentos épicos. No finale da segunda temporada, descobrimos um pouco mais da história da emblemática escotilha e finalmente é mostrado o motivo do avião ter caído. De quebra ainda é revelado o que acontece quando o botão não é apertado. O modo que o Locke diz "I Was Wrong", pra mim, é um dos momentos mais marcantes da televisão. Infelizmente, depois foram dadas explicações patéticas no decorrer da série invalidam o que foi mostrado no episódio, mas mesmo assim, ele é tão poderoso que se sustenta por si só.



"WE HAVE TO GO BACK!". Não existe uma pessoa que assistiu Lost e não se lembre desse episódio ao ouvir essa frase (mesmo que dita em um contexto totalmente diferente). Through The Looking Glass se desenvolve como um season finale interessante, em que vemos Walt reaparecendo e os Losties chegando a uma estação de rádio, conseguindo contato com o mundo exterior. No entanto, tudo o que a série havia construído vira de cabeça para baixo quando descobrimos que o flashback mostrado no episódio na verdade é um flashforward. Desta forma, não estávamos vendo o passado de um dos personagens, e sim o seu futuro. Com isso, conseguimos ter a certeza que, de algum modo, eles iam sair da ilha. Além disso, como dito na frase inicial, ficou também definido que eles teriam que voltar por algum motivo - o que gerou milhares de teorias.



Quem acompanhou a série sabia que Nate teve um problema no cérebro na segunda temporada. Inclusive, fomos levados a acreditar, por alguns minutos, que ele estava morto no início da terceira. Aparentemente, após uma cirurgia, tudo estava de volta ao normal. Porém, praticamente do nada, ele tem um AVC e acaba indo parar no hospital. Ecotone é o episódio que se passa todo no hospital após o derrame, e, de maneira inteligente (e cruel), somos levados a acreditar que vai ficar tudo bem. No fim do episódio, David está ao lado da cama de Nate e adormece. Ele tem um sonho bizarro que termina com Nate entrando no mar e se afastando cada vez mais. Quando David acorda, Nate está morto. Um final devastador para um dos últimos episódios de uma série magnífica.



Everyone's Waiting marca o fim de uma jornada épica na televisão. O episódio em si não possui tantas surpresas, mas o peso que ele carrega por ser o desfecho de uma série que faz com que fiquemos tão apegados àquela família como ficamos pela nossa, deixa tudo mais triste. Os últimos minutos - onde vemos o destino de todos os personagens - são indescritíveis e é praticamente impossível não segurar as lágrimas ao ver aquelas pessoas por quem adquirimos tanto carinho tendo seu destino selado.



Twin Peaks definitivamente foi um divisor de águas. Antes dela, quase nada na televisão tinha o conceito de ter episódios sequenciais, com uma história que se prolongava por toda a duração do seriado. Durante a segunda temporada, a série teve uma queda enorme de qualidade pois David Lynch saiu para dirigir o filme Coração Selvagem (Wild At Heard, 1991). Quando voltou para dirigir os episódios finais, tivemos a volta da qualidade da série, e o episódio final é uma das coisas mais surreais a aparecer na televisão até hoje.

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4 comentários:

  1. Não envolvendo nenhuma das séries escolhidas, mas "House, M.D." me marcou bastante e alguns dos episódios que contribuíram para isso foram: "One Day, One Room" (sem nenhum caso médico específico, e sendo assim, sem a formula genérica da série, ele segue apenas com fortes e reveladores diálogos entre House e a paciente), "No Reason" (assim como o anterior, não há um paciente em especial, apenas House encarando os seus medos e atos em meio de suas alucinações após ser baleado), "Broken" (nesse o "paciente" é o próprio House, que é obrigado a lutar contra o seu vício em Vicodin, revelando seus sonhos e sua eterna ânsia por felicidade enquanto tenta ser uma pessoa melhor), "Help Me" (House tentando salvar uma vítima de um acidente, e em um dos poucos momentos, se conectando e se espelhando nela, a ponto de tentar fazer de tudo para salvar sua perna), e para encerrar esse comentário, o multiparte "House's Head"/"WIlson's Heart" (É basicamente House tentando curar mais alguém de uma doença misteriosa, mas com um diferencial: Ele viu essa pessoa em um ônibus, e o ônibus foi atropelado por um caminhão; a procura pela pessoa constituí a primeira parte enquanto a revelação e suas consequências aterradoras são o pano de fundo da segunda).

    Bem, me desculpe pelo comentário meio grande, mas são esses alguns dos que me marcaram, há mais alguns, mas só consegui me lembrar destes.

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    1. Com relação a House, o pouco que vi da série não me deixou nenhum pouco animado. Achei repetitiva demais, seguindo sempre a exaustiva fórmula de no fim o House ter uma ideia brilhante e salvar a pessoa. Encaro ele como um CSI da medicina.

      Mas obrigado pelo comentário! É interessante saber coisas diferentes. Inclusive, acho que o episódio que você citou que o House é o paciente (creio que seja o finale da segunda temporada, não?) foi um que assisti aleatoriamente e gostei bastante, exatamente porque fugiu do clichêzão padrão da série.

      Mas

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  2. O Series Finale de Six Feet Under é realmente uma obra-prima da televisão.
    Excelente lista!

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    1. Obrigado pelo comentário!

      Realmente, SFU é muito diferenciado, dificilmente aparecerá algo tão profundo como ela na TV.

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