domingo, 20 de janeiro de 2013

Análise: Alpes (Alpeis, 2011)


Direção: Giorgos Lanthimos
Roteiro: Giorgos Lanthimos e Efthymis Filippou
Elenco: Aggeliki Papoulia, Aris Servetalis, Ariane Labed, Stavros Psyllakis
Duração: 93 minutos
Gênero: Drama
País: Grécia
Idioma: Grego / Inglês
Resumo: Um grupo de pessoas oferece serviços onde eles personificam os falecidos para ajudar as pessoas próximas a superar a perda.


Muita expectativa foi criada sobre o trabalho do diretor grego Giorgos Lanthimos depois da surpresa que foi seu último filme. “Dente Canino” foi um triunfo cinematográfico, que, ao mesmo tempo em que contava uma história repleta de surrealismo, também conseguia deliciar o público com as questões que deixava no ar. Em “Alpes”, o surrealismo já se faz presente na premissa, que trata de um grupo de pessoas que trabalham como substitutos de parentes falecidos. Assim, quando alguém perde um ente querido, procura os membros desse grupo para que eles apareçam em suas casas algumas vezes por semana para falarem frases pré-definidas e se comportarem como o falecido. Alpes é exatamente o nome que o grupo usa.


 

Percebe-se que, assim como em seu último trabalho, o diretor já conseguiu atrair a curiosidade apenas pela sinopse. No entanto, o resultado final é bem diferente, pois, enquanto naquele filme nós nos preocupávamos e criávamos um laço com os personagens, aqui, eles não nos despertam quase nenhuma emoção, o que acaba diminuindo um pouco o interesse na história.

 

Adicione a isso o fato de a personagem interpretada por Aggeliki Papoulia - que também estava presente em “Dente Canino” - se comportar de maneira muito semelhante à que se comportava no filme citado, sem demonstrar nenhum tipo de reação e sendo totalmente fria. Naquele caso, a atuação casou perfeitamente com a proposta, mas em “Alpes” a atriz fica, na maioria do tempo, parecendo um robô. Em alguns raros pontos do filme, como nas cenas em que ela “incorpora” uma tenista falecida, o resultado alcançado é satisfatório.

 

Um fato bem curioso é que em algumas partes ficamos em dúvida sobre o posicionamento dos personagens, sem saber se eles estão se comportando como os falecidos ou se estão sendo eles mesmos. As partes mais interessantes da história acabam ocorrendo no arco em que uma idosa cega pede para que um membro do grupo personifique seu marido falecido. Mas, tirando alguns pequenos momentos interessantes, o filme é facilmente esquecível. De todo modo, aproveito para recomendar “Dente Canino” que foi bastante citado ao longo do texto e é uma pequena pérola do cinema grego.




 
   

Clique no botão abaixo para ver o trailer do filme: 

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