terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Análise: Extermínio (28 Days Later, 2002)




Direção: Danny Boyle
Roteiro: Alex Garland
Elenco: Cillian Murphy, Naomie Harris, Brendan Gleeson, Christopher Ecclestone, Noah Huntley, Megan Burns
Duração: 113 minutos
Gênero: Terror
País: Reino Unido
Idioma: Inglês
Resumo: Quatro semanas após um vírus se espalhar pela Inglaterra, um grupo de sobreviventes tenta encontrar um local seguro para se proteger.


“Isso é o que vi quatro semanas antes da infecção: pessoas matando pessoas. E é o mesmo que vi quatro semanas antes daquela e mais quatro antes: pessoas matando pessoas. Então, para mim, isso nos coloca em estado de normalidade agora”. Essas são as palavras ditas pelo Major Henry West (Christopher Ecclestone) como resposta para um soldado que espera que tudo retorne ao “normal”. A normalidade pela qual o soldado anseia é a volta a um mundo cujo equilíbrio foi perturbado quando um grupo de ativistas invadiu um laboratório de pesquisas para liberar macacos que estavam sendo utilizados como cobaias em experiências. O que eles não sabiam era que esses macacos estavam infectados com um vírus que transforma os seres humanos em canibais, apenas 20 segundos após o contato, seja este pelo sangue ou pela saliva.


 
E com essa premissa, se inicia “Exterminio”, um dos filmes mais originais sobre zumbis/infectados feito nesse século. Acompanhamos Jim (Cillian Murphy), que, após acordar de um coma, descobre que a cidade de Londres está totalmente deserta - e perfeitamente caracterizada pela fotografia de Anthony Dod Mantle, que mostra a desolação de ver a cidade vazia e destruída, passando muito bem a sensação de solidão vivida pelo personagem. Após vagar por um tempo, Jim encontra Selena (Naomie Harris) e Mark (Noah Huntley) que decidem ajudá-lo a voltar para casa para verificar se seus pais ainda estão vivos. 

 

A direção do premiado Danny Boyle, vencedor do Oscar de Melhor Diretor por “Quem Quer Ser Um Milionário?” e indicado ao mesmo prêmio por “127 Horas”, é competente, com a criação de grande tensão em alguns momentos. Adicionalmente, esta obra possui uma característica interessante, copiada posteriormente por vários filmes: os zumbis/infectados são praticamente maratonistas, e correm como loucos atrás das pessoas. Isso aumenta ainda mais o desespero dos personagens, pois a “regra” em filmes do gênero até aqui era de zumbis/infectados se movendo lentamente dando até oportunidade para uma pessoa passar facilmente por eles. Em “Extermínio”, isso é totalmente impossível. 

 

O roteiro de Alex Garland, colaborador habitual de Boyle, traz questões que nos fazem refletir sobre a natureza humana e que nos levam a questionar se somos tão diferentes dos infectados.  Em diálogos como o citado no início da análise, e com a ótima conclusão da história, Garland consegue abordar bem esse tema. As atuações também são de primeira linha, e além dos atores citados, ainda temos Brendan Gleeson fazendo uma boa participação. Esse conjunto se combina de maneira harmônica, fazendo de “Extermínio” um filme imperdível, mesmo para quem não está acostumado com filmes do gênero.

 

Observação: Chamei os seres de zumbis/infectados, pois a denominação deles é um assunto que gera grande discussão na internet. Creio que o nome correto para eles seria mesmo “infectados”, pois eles não estão mortos. No caso desse filme, preferi misturá-los aos zumbis por questões práticas, principalmente para poder compará-lo a outros filmes semelhantes. Além disso, ultimamente foram lançados vários filmes que ora os tratam como zumbis e ora como infectados. Desse modo, creio que não há problema em colocá-los na mesma categoria.







Clique no botão abaixo para ver o trailer do filme: 

Um comentário:

  1. Um dos meus favoritos do gênero.

    Pena que a sequência teve uma queda de qualidade.

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