Direção: William Friedkin
Roteiro: Tracy Letts
Elenco: Matthew McConaughey, Emile Hirsch, Thomas Haden
Church, Gina Gershon, Juno Temple
Duração: 102 minutos
Gênero: Suspense /
Drama
Países:
Estados
Unidos
Idioma:
Inglês
Resumo: Após se
afogar em dívidas, o jovem Chris prepara um plano para matar sua mãe e ficar
com o dinheiro do seguro.
Posso
dizer com certeza que, ao lado de eXistenZ (1999),
KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL é o filme mais surpreendente que assisti nos últimos
tempos. Dirigido por William Friedkin, responsável por clássicos como OPERAÇÃO FRANÇA (THE FRENCH CONNECTION, 1971)
e O EXORCISTA (THE EXORCIST, 1971), o filme
mostra Chris (Emile Hirsch) que, ao se endividar, propõe ao seu pai, Ansel
(Thomas Haden Church), a contratação de um assassino para matar a mãe e ficar
com a apólice de 50 mil dólares. O pai agora é casado com Sharla (Gina Gershon)
e mora com ela e com a filha Dottie (Juno Temple) em um trailer.
Após
uma breve conversa entre Chris e Ansel em um bar de strippers, eles resolvem
que vão em frente com o plano e para isso vão contratar um matador de nome
Killer Joe (Matthew McConaughey). A coisa se complica quando eles descobrem que
não têm dinheiro suficiente para pagar Joe e este pede como “garantia” a irmã
de Chris, Dottie. Nesse momento de criação do plano, ainda não sabemos nada
sobre Joe, e, no momento em que este entra em cena a qualidade do filme sobe
monstruosamente.
Matthew
McConaughey, que no início da carreira teve boas participações em ESTRELA SOLITÁRIA (LONE STAR, 1996) e CONTATO (CONTACT, 1997), parecia estar fadado
às participações em comédias românticas, gênero do qual vinha participando
constantemente nos últimos anos. No entanto, a atuação dele em KILLER JOE – MATADOR DE ALUGUEL é de encher os
olhos, sendo até surpreendente o fato de ele não ter sido indicado a nenhuma
premiação por este papel. Do momento em que ele aparece pela primeira vez, até
o final do filme, McConaughey domina com maestria todas as cenas, tendo uma
presença magnética que faz com que não consigamos tirar os olhos dele. As
expressões do ator conseguem demonstrar o que se passa na cabeça do personagem,
como a desconfiança com que negocia com Chris e Ansel e a felicidade quando
descobre o assado que Dottie preparou para ele.
Mas
não se enganem. O fato de McConaughey se destacar tanto não apaga o mérito do
restante do elenco. Gina Gershon surpreende, pois a maioria de suas atuações se
destaca mais pela beleza da atriz do que propriamente pelo seu talento. Mas
aqui, ela consegue atingir um nível que não se esperava. A jovem Juno Temple –
vencedora do prêmio de atriz mais promissora no BAFTA de 2013 – consegue
demonstrar bem a inocência e curiosidade da perturbada Dottie. Thomas Haden
Church traz uma boa carga de humor para o seu personagem, que também se mostra
facilmente manipulável em vários momentos. E Emile Hirsch mostra mais uma vez
que tem um grande futuro. Após se destacar na comédia UM SHOW
DE VIZINHA (THE GIRL NEXT DOOR, 2004), Hirsch vem fazendo papéis
cada vez melhores, tendo atingido seu ápice no elogiado NA
NATUREZA SELVAGEM (INTO THE WILD, 2007).
A
parceria entre Willian Friedkin e o roteirista Tracy Letts mostra mais uma vez
ser vencedora. Ambos também trabalharam juntos no subestimado POSSUÍDOS (BUG, 2006) – também marcado por uma
grande atuação de Michael Shannon – e Friedkin chegou a dar declarações de que
o grande mérito de Killer Joe é o texto de Letts, que é precioso ao criar
excelentes diálogos e situações de grande tensão. E falando nessas situações, saibam
que o filme recebeu uma classificação indicativa de 18 anos, por possuir cenas
de nudez, violência e outras coisas que justificam essa classificação.
Infelizmente,
o filme, que foi lançado em 2011 nos EUA chega apenas agora por aqui e em
poucos cinemas. Mas quem tiver a oportunidade de assisti-lo, não deve perder
essa chance, pois mesmo sendo violento e pesado, KILLER
JOE – MATADOR DE ALUGUEL é uma experiência, no mínimo,
surpreendente.
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