domingo, 30 de dezembro de 2012

Análise: Cisne Negro (Black Swan, 2010)



Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman & Andres Heinz & John J. McLaughlin
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Wynona Rider, Vincent Cassel, Barbara Hershel
Duração: 108 minutos
Gênero: Drama / Suspense 
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Resumo: Nina (Natalie Portman) é uma bailarina cuja companhia está organizando a famosa dança “O Lago dos Cisnes”. Após conquistar o papel de Cisne Branco/Cisne Negro, Nina entra em uma luta interna contra suas alucinações e uma luta externa perante as pressões exercidas por sua mãe (Barbara Hershey) e por seu professor Thomas Leroy (Vincent Cassel), e também de  Lily (Mila Kunis) que aparentemente quer roubar seu papel.
 

           
Cisne Negro é o filme mais recente do diretor americano Darren Aronofsky, e assim como em O Lutador - filme anterior do mesmo diretor -, acompanhamos um personagem que, através da sua profissão, acaba entrando em uma jornada destrutiva, tanto física quanto psicológica.         
  
 
  
O filme trata de uma escola de bailarinas que em breve representará o musical “O Lago dos Cisnes”, de modo que a dançarina escolhida para o papel principal na peça terá de representar tanto o Cisne Branco como o Cisne Negro. Após a seleção entre as concorrentes, Nina (Portman) conquista o papel, e com ele vem uma série de alucinações que assombram a personagem.

 
 
Junto com essas alucinações, Nina também tem que lidar com as pressões externas. Seu professor, Thomas Leroy (Cassel) a pressiona pois está insatisfeito com a performance da dançarina, que precisa alcançar um nível maior para representar o Cisne Negro. A mãe de Nina, Erica (Hershey), ex-bailarina, também a pressiona, pois quer que a filha conquiste o que ela própria nunca conseguiu, seja por falta de capacidade, seja por excesso de dedicação à própria filha. Por fim, Lily (Kunis), uma bailarina da mesma companhia de Nina, atravessa o caminho desta tentando roubar seu papel. Tais pressões acabam por exercer importantes marcas que definem o comportamento da personagem, que acaba por sofrer de distúrbios alimentares, alucinações e até mesmo automutilação. Há, ainda, a pressão de substituir Beth (Ryder), a principal ex-bailarina da companhia, forçada a se aposentar precocemente.

 
A direção de Aronofsky é competentíssima, lembrando muito dos recursos que foram usados em O Lutador, levando seu personagem até o limite da sanidade, sendo que este limite é muito mais acentuado do que naquele filme. A trilha sonora é assinada por Clint Mansell – colaborador constante de Aronofsky - e casa perfeitamente com os momentos tensos vividos por Nina, juntando-se à excelente edição de som, que deixa o filme ainda mais tenso, como em cenas em que Nina ouve sussurros, o bater de asas (de um cisne?), entre outros. E a fotografia do filme também deve ser destacada, em particular nas cenas em que os personagens estão no palco. A câmera dança junto com eles em seus movimentos, fazendo com que o espectador se sinta parte daquele espetáculo. Os efeitos visuais são utilizados de maneira extremamente inteligente, principalmente nos minutos finais do filme.

 
A grande surpresa do filme é a atuação da Natalie Portman, atriz que nunca teve problemas em fazer personagens fragilizadas, e, obviamente, o papel representado por ela no filme não foge à fragilidade corriqueira que a atriz demonstra, mas, principalmente no ato final do filme – e graças à excelente maquiagem -, a atriz mostra que pode sim fazer um papel mais ousado.

 

O ato final do filme é um dos melhores vistos nos últimos tempos, e é nele que mais se vê a mudança sofrida pela personagem.  Nesse momento, as alucinações da personagem atingem seu ápice e, então, a edição do filme aparece com grande destaque, deixando o ritmo mais ágil e culminando com um excelente desfecho. Vale ressaltar que a mistura de realidade com as visões da personagem conferem ao filme um clima de mistério que se estende após o fim da película, pois não é perfeitamente claro o que é real e o que não é. Cisne Negro é um filme que merece ser visto e revisto, e é um dos melhores trabalhos de Darren Aronofsky até o momento.




 

 

 


Clique no botão abaixo para conferir o trailer do filme: