Direção: Roman Polanski
Roteiro: Roman Polanski e Gérard Brach
Elenco: Jack MacGowran, Roman Polanski,
Sharon Tate, Ferdy Maine, Alfie Bass, Iain Quarrie, Terry Downes
Duração:
108 minutos
Gênero:
Comédia / Terror
Países: Reino
Unido
Idiomas: Inglês
Resumo: Um renomado professor e seu assistente vão à Transilvânia
em busca de pistas sobre vampiros.
Não foi em filmes como “Todo
Mundo em Pânico” que o cinema de terror começou a ser satirizado. Já na década
de 90, Mel Brooks também esteve no ramo, com o filme “Drácula Morto, Mas
Feliz”. Também ficou famoso o filme “A Repossuída”, paródia horrorosa do
clássico de terror “O Exorcista”. Mas, ainda antes destes, em 1967, Roman
Polanski dirigiu a ótima comédia “A Dança dos Vampiros”. Ainda hoje, essa é uma
das mais bem sucedidas tentativas de abordar o assunto de forma bem humorada.
A história do filme nos leva à
Transilvânia junto com o Professor Abronsius (Jack MacGowran) e seu pupilo
Alfred (interpretado pelo próprio Polanski). Eles estão em busca de evidências sobre
a existência dos vampiros e chegam a uma pequena taverna, perguntando se existe
um castelo por ali. Os presentes negam a existência de algo do tipo, mas
algumas pistas espalhadas pelo local fazem com que Alfred e Abronsius
desconfiem que sua busca pelos seres malignos esteja próxima de terminar. Quando
são mandados aos seus aposentos, eles encontram a bela Sarah (Sharon Tate), que
acaba involuntariamente servindo como isca para que eles descubram a existência
do vampiro Conde Von Krolock (Ferdy Maine), que acaba raptando-a. Então, nossos
heróis partem em busca do castelo para tentar salvá-la e descobrir mais sobre
os vampiros.
Uma das características que faz de
“A Dança dos Vampiros” um filme tão celebrado até hoje é a sua atmosfera.
Quando os personagens chegam ao castelo, a impressão que dá é a de que o lugar
é fantasmagórico, quase surreal, principalmente pelo fato de possuir salões
enormes que estão quase sempre vazios, e também ajuda a criar essa sensação o
fato de estar sempre nevando, o que causa, por si só, uma sensação de
isolamento. Junte isso à trilha sonora, que consegue a proeza de soar macabra e
engraçada ao mesmo tempo, e assim temos uma combinação que consegue deixar o
espectador imerso. Ademais, temos a tal dança dos vampiros, que é algo que me
traz muitas lembranças, pois, quando eu assistia a esse filme em VHS, ficava
vidrado nesta cena. Hoje, tudo isso parece muito distante dentro de minha
memória, mas, quando a revejo, tenho a mesma sensação que tinha naquele tempo,
com a impressão de que todo aquele baile faz parte de algum sonho.
Após essa divagação, destaco
outro acerto do filme, que é a apresentação e desenvolvimento dos personagens.
O professor Abronsius é demonstrado de maneira tão caricata, que somente seu
olhar já atrai risadas. Quando ele contracena com Alfred o resultado sempre é
cômico, e a sua expressão corporal mostra como Jack MacGowran foi a escolha
perfeita para o papel. Alfred é retratado como um personagem doce e adorável. O
seu interesse por Sarah é mostrado de maneira muito inocente, embora ele se
comporte de maneira um pouco mais assanhada perante outras moças. Sarah, por
sua vez, é mostrada de maneira ainda mais inocente que Alfred, e Sharon Tate
conseguiu passar muito bem essa sensação. Alfie Bass e Ferdy Maine também se
destacam no filme, o primeiro como Shagal, o dono da taverna e o outro como o cômico
Von Krolock. Iain Quarrier também merece destaque por interpretar de maneira
competente o vampiro Herbert, filho de Von Krolock. Por fim - e não menos
importante - cito Koukol (Terry Downes), o fiel servo de Von Krolock, que
assusta todos os presentes apenas com a sua feiúra.
Fiz questão de destacar todos os
personagens que têm alguma relevância no filme por eles serem bem marcantes.
Não sei dizer com certeza se é porque assisti muitas vezes a esse filme durante
a minha vida, mas nunca me esqueço do rosto assustador de Koukol, ou da cara
engraçada de Abronsius. Esses personagens até hoje são adorados por muitos
amantes de cinema. De todo modo, para alguns, a parte humorística do filme pode
parecer um pouco datada, mas sua sutileza ainda é capaz de arrancar boas
risadas, principalmente por esse humor não ser jogado na nossa cara de forma
escrachada. O fechamento da história é feito de maneira ambígua, deixando
inclusive espaço aberto para uma continuação, que nunca veio. A parte triste é
que esse foi um dos últimos filmes de Sharon Tate, esposa de Polanski, que foi brutalmente
assassinada aos 26 anos quando estava grávida de oito meses. Apesar da carreira
curta, a atriz deixou sua imagem para sempre na memória de quem assiste este
ótimo filme.
Clique no botão abaixo para ver o trailer do filme:
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