Análise: Possessão (The Possession, 2012)

Direção: Ole Bornedal

Roteiro: Juliet Snowden e Stiles White

Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick, Natasha Callis, Madison Davenport, Grant Show

Duração: 92 minutos

Gênero: Terror

Países: Estados Unidos

Idiomas: Inglês

Resumo: Uma família entra em colapso após a filha mais nova adquirir uma caixa que contém um espírito maligno.

Filmes de terror sempre me fascinaram. Desde a minha infância, com 5 ou 6 anos de idade, eu ficava extasiado (e amedrontado) ao assistir filmes como O Iluminado, A Hora do Pesadelo, Sexta-Feira 13, O Exorcista, entre outros. Admito, sem vergonha, que hoje dou risadas ao assistir alguns deles. Infelizmente, Possessão não conseguiu nem tirar risadas de mim, apesar de fazer um ótimo trabalho ao tentar alcançar isso. Creio que o fato mais assustador do filme é saber que Sam Raimi (Responsável pela clássica trilogia Evil Dead e que recentemente fez o ótimo Arraste-me Para o Inferno) foi um dos produtores.

 

A história retrata uma família cujos pais, Clyde e Stephanie (Jeffrey Dean Morgan e Kyra Sedgwick) estão em processo de separação. As filhas, Em e Hannah (Natasha Callis e Madison Davenport) estão no meio desse processo e, na viagem de volta para casa, após passarem o fim de semana na nova casa do pai, resolvem passar em uma “Garage Sale” para comprar louças. Nessa compra, resolvem levar junto uma caixa estranha. Após pegar a caixa, Em prontamente começa a ser atormentada, de início por um homem enfaixado do outro lado da rua que tenta avisá-la de algum jeito sobre o mal que está contido ali. 

 

Após essa péssima desculpa para fazer os personagens chegarem ao objeto amaldiçoado, começa a parte demoníaca da história, envolvendo insetos, meninas revoltadas por esses insetos serem mortos, pessoas comendo carne crua, e, claro, exorcismo. Tirando isso, ainda temos o pavoroso relacionamento dos pais, que ora estão brigados e ora estão assistindo vídeos de um ótimo fim de semana que passaram juntos, tudo isso enquanto Brett (Grant Show), atual namorado da esposa, está em casa. Aliás, Brett está em uma das cenas mais patéticas do filme, em que Em aparece visivelmente atormentada, branca como uma parede e dizendo que não gosta dele. Ao invés de tentar conversar com a menina ou ao menos confortá-la, resolve dizer: “ACOSTUME-SE COM ISSO”.

 

É tudo tão mal encaixado no filme que chega a ser pavoroso. A edição também não ajuda, com cortes estranhos acontecendo no meio de acontecimentos importantes. Isso sem contar uma situação muito particular em que 2 personagens estão andando em um carro durante a tarde. Ao mesmo tempo, em outro ponto da cidade, já é de noite e ocorre um evento, sendo que amanhece nesse ponto. A cena volta para o carro e os personagens ainda estão dirigindo e no meio da tarde. Após ver isso, a única vontade que sentimos é de levantar e bater palmas perante tanta perícia técnica.

 

Para coroar essa obra, no maravilhoso ato final ocorrem mais deslizes, como um hospital onde as pessoas podem raptar outras dentro de quartos sem que algum funcionário se importe, demônios fazendo caretas em tomografias, acontecimentos que contradizem o que foi dito no início e por aí vai. O filme acaba se salvando apenas pela seleção do casal principal, formado por atores competentes. Tirando isso, muito pouco se salva e este com certeza é um dos piores filmes de 2012. 

 

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