quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Análise: Hardcore - No Submundo do Sexo (Hardcore, 1979)




Direção: Paul Schrader
Roteiro: Paul Schrader
Elenco: George C. Scott, Peter Boyle, Season Hubley, Ilah Davis
Duração: 109 minutos
Gênero: Drama
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês

Filmes envolvendo o desaparecimento de crianças aparecem todos os anos, e enquanto alguns conseguem sair do lugar comum e mostrar algo diferente, outros passam totalmente despercebidos. No entanto, se “Hardcore” consegue impressionar ainda hoje, mais de 30 anos após sua produção, imagino os comentários que gerou na época em que foi lançado. O filme segue Jake Van Dorn (George C. Scott) um homem religioso que entra em uma busca incansável pela filha Kristen (Ilah Davis), desaparecida após sair para uma excursão da igreja. 


A princípio, Jake tenta confiar no trabalho da polícia, mas, vendo que o mesmo é ineficaz, contrata o detetive Andy Mast (Peter Boyle) para auxiliá-lo na procura. Prontamente, Mast descobre que Kristen atuou em um filme pornô logo após seu desaparecimento, e, a partir daí, seguimos juntos com Jake em busca dos responsáveis pelo filme. A prostituta Niki (Season Hubley) é uma das pessoas que tentam ajudá-lo a encontrá-los.

O roteiro e direção do filme são assinados por Paul Schrader, que estava apenas começando sua carreira de diretor, mas já tinha grande moral em Hollywood por ter escrito o clássico “Taxi Driver”. A história aqui é tão sombria quanto naquele filme, sendo que o calvário de Jake envolve buscar a filha, como diz o próprio título, pelo submundo do sexo, passando por casas noturnas e produções pornográficas, tendo contato com prostitutas, cafetões e atores dos filmes citados. No entanto, ao mesmo tempo em que é interessante presenciar os conflitos que o roteiro traz ao inserir um personagem religioso neste universo, o texto falha em explorar melhor a mudança do personagem perante a situação. Apesar de C. Scott ser um grande ator, ele não consegue mostrar tão bem o sofrimento do personagem, sendo que em grande parte do tempo este se comporta como se ele fosse o detetive e estivesse em busca da filha de outra pessoa.

A fotografia do filme aparece de forma interessante, passando de um tom colorido no início para mostrar um aspecto sombrio e depressivo ao passo que Jake se aprofunda na busca. Em geral, a história lembra bastante o recente “Busca Implacável”, mas ao contrário dele, não há o ritmo frenético e perseguições em alta velocidade. Aqui, o ritmo é bem mais lento, e mesmo assim o filme não cansa em momento algum, de modo que as quase duas horas de duração passam em um piscar de olhos. O encerramento do filme costuma dividir opiniões, deixando um sabor amargo na boca, ao mesmo tempo em que consegue passar uma mensagem no mínimo interessante.



Um comentário:

  1. Naquele tempo já era assim (1979)!hoje nada mudou, a sanha humana vai passando de geração a geração. Os homens(a) devem ser extraídos desse mundo, não são felizes e jamais serão.

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