domingo, 24 de fevereiro de 2013

Análise: Prometheus (2012)


Direção: Ridley Scott
Roteiro: Damon Lindelof, Jon Spaihts,
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Logan Marshall-Green,Idris Elba, Rafe Spall, Sean Harris, Charlize Theron
Duração: 124 minutos
Gênero: Ficção Científica / Aventura
Países: Estados Unidos / Inglaterra
Idioma: Inglês
Resumo: Um time de exploradores descobre uma pista que pode levar à descoberta das origens da humanidade


 

Se existiu um filme que criou expectativas para os fãs de ficção científica no ano de 2012, esse filme foi PROMETHEUS. Isso porque nesse gênero as boas obras estão se tornando cada vez mais raras. Ambientado no universo da série Alien (e dirigido por Ridley Scott, responsável também pelo primeiro filme daquela franquia), o longa é ambientado em 2093 e mostra um grupo de humanos que viaja para um planeta distante para procurar respostas para as nossas origens. 


Esse grupo forma a tripulação da nave Prometheus, cujos principais elementos são o casal de cientistas Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green), bem como uma série de personagens clássicos de filmes do gênero, como o piloto (Idris Elba), o biólogo (Rafe Spall), o geólogo (Sean Harris) e até uma representante da Weyland (Charlize Theron), empresa responsável pelo financiamento da viagem. Há também - como em todos os filmes da série Alien – o androide David (Michael Fassbender) que acaba sendo um dos personagens mais intrigantes da trama. O principal objetivo dessa expedição é encontrar os seres que foram apelidados de “engenheiros” e são vistos como os responsáveis pela nossa criação. Essa premissa é que deixa o filme com um ar tão interessante: a curiosidade do ser humano de descobrir quem nos criou e qual o motivo. E nessa linha estão os melhores momentos do filme, entre eles um diálogo interessantíssimo entre o Charlie e David sobre a motivação que uma espécie tem para criar outras.

No entanto, ao passo que a história do filme atrai bastante, o roteiro falha no desenvolvimento de certos personagens, sendo que algumas ocorrências não podem deixar de ser citadas. Vejam por exemplo a cena em que o biólogo encontra uma forma de vida desconhecida. Se mesmo na Terra não é recomendável que tentemos brincar com animais que não conhecemos, não seria em outro planeta que iríamos contra esse princípio. E mesmo assim, o biólogo resolve brincar com uma criaturinha encontrada lá como se a mesma fosse um animal de estimação. Outro absurdo é que a expedição, que possui custo aproximado de 1 trilhão de dólares e que carrega uma tripulação que busca encontrar respostas que podem mudar toda a humanidade, é composta por pessoas que se mostram totalmente irresponsáveis, pois, mesmo sabendo que estão em outro planeta - e não conhecendo praticamente nada sobre o mesmo -, acabam tomando decisões infantis, como tirar o capacete em lugares em que a segurança deles não estar garanatida. E o que falar do geólogo que está em uma caverna em outro planeta e resolve ir embora justificando que não há nada de interessante? São coisas pequenas, mas que acabam tirando um pouco a credibilidade do filme e de seus personagens.

Mesmo com essas falhas, o filme consegue cumprir bem seu papel pela qualidade da história que é contada. A parte visual dele é impecável, com efeitos visuais primorosos, como na chuva de sílica e mesmo no visual da nave Prometheus, que é belíssima. Ainda vale ser falado que a grande parte dos efeitos é produzida manualmente, pois o diretor preferiu evitar o uso de computação gráfica sempre que possível.  O filme recebeu muitas críticas pelos mais variados motivos. Houve pessoas esperando mais referências ao universo Alien, outras que acharam que os erros que os personagens cometem acabaram estragando o filme, outros acharam que houveram muitas perguntas criadas e poucas respondidas e também aqueles que acham que a cientista deveria se contentar com a resposta encontrada e parar com a sua busca – e esse último ponto soa estranho, pois é característico do ser humano fazer mais perguntas, mesmo após obter respostas. Com a carência que temos de boas ficções científicas, esse filme aparece como uma boa promessa em um mundo de mediocridade. De todo modo, torço para que a continuação, que está praticamente confirmada, tenha seus personagens um pouco mais desenvolvidos e que também outros cineastas comecem a dar mais atenção ao gênero, pois o campo a ser explorado é muito vasto.


2 comentários:

  1. Quem não cria muito hype nesse filme, não fica decepcionado com o que vê.

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    1. Eu até criei hype, mas não me decepcionei mesmo assim.

      Tem umas coisas bem incômodas mesmo, mas dá pra levar tranquilo.

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