Direção:
David
Cronenberg
Roteiro:
David
Cronenberg
Elenco: Jennifer Jason Leigh, Jude Law, Willem Dafoe,
Christopher Ecclestone, Sarah Polley, Ian Holm, Callum Keith Rennie, Don
McKellar
Duração: 97 minutos
Gênero: Ficção
Científica
Países:
Canadá
/ Reino Unido
Idioma:
Inglês
Resumo: Uma
programadora de jogos começa a ser perseguida por uma organização e deve testar
seu jogo para saber se o mesmo está danificado.
David
Cronenberg é um dos cineastas mais enigmáticos que já pisaram nesse planeta.
Todas as suas obras são, no mínimo, intrigantes, e causam no espectador uma
certa inquietude, seja pelas revelações inesperadas, como acontece em MARCAS DA VIOLÊNCIA (A HISTORY OF VIOLENCE, 2005),
pelas obras repletas de críticas implícitas, como em VIDEODROME (1983) ou pelo seu body horror, presente em vários de seus
filmes, entre eles A MOSCA (THE FLY, 1986). Até
mesmo seu último filme, COSMOPOLIS (2012),
que foi crucificado pela crítica, conseguiu despertar certa curiosidade,
fazendo o espectador ficar curioso do que estava por trás de seus diálogos
confusos.
Tem
certas coisas que são realmente inexplicáveis, pois, mesmo conhecendo bem o
trabalho do diretor, de alguma maneira eu tinha algum bloqueio quando ouvia
falar do filme eXistenZ. Apesar de já ter lido sua sinopse algumas vezes,
jamais vi um trailer (pois sou totalmente averso à prática) ou li uma crítica
sobre o filme. E de algum modo, eu nunca fiquei realmente inclinado a
assisti-lo. Isso mudou durante essa semana, quando li uma frase solta em algum
site que falava que o filme era um misto de MATRIX
(1999) com A ORIGEM (INCEPTION,
2010), e, sendo estes dois filmes pelos quais tenho grande apreço, cresceu em mim uma
ponta de curiosidade para ver o que eXistenZ poderia me oferecer.
A
premissa do filme, por mais estranha - e até desanimadora - que pareça, não faz
jus à grandiosidade que é apresentada em tela. A história gira em torno de
Allegra Geller (Jennifer Jason Leigh), a maior desenvolvedora de games do
mundo. Após a criação de seu último jogo - que dá nome ao filme -, Allegra
passa a ser perseguida pela corporação Antenna, que coloca um prêmio pela
cabeça dela. Para ajudá-la na fuga, ela recebe a ajuda de Ted Pikul
(Jude Law), um estagiário em marketing que acaba se tornando uma espécie de
segurança da garota. No entanto, a partir do momento em que Allegra percebe que
seu videogame (e essa concepção de videogame é com certeza uma das mais
bizarras já colocadas em tela) pode estar infectado, ela pede a ajuda de Ted, e
ambos entram no jogo eXistenZ para verificar se tudo está funcionando
perfeitamente. No decorrer do filme, alguns atores conhecidos fazem
participações, como Willem Dafoe, Ian Holm, Callum Keith Rennie, entre outros.
Assim
como ocorre na maioria dos filmes do diretor, os efeitos visuais são feitos “à
mão”, sem uso de computador – exceto em uma cena. Os diálogos, que às vezes
soam absurdos (como a cena em que o jogo é pausado), e conceitos interessantes
(as bio-portas, que são utilizadas para conectar os personagens ao jogo, bem
como as armas que não são detectadas por sensores de equipamentos metálicos são
geniais) são constantes no filme. O ato final é fantástico, não consigo lembrar
de algum filme que eu tenha visto nos últimos tempos que tenha atingido tão bem
seu objetivo e tenha se encerrado de maneira tão magistral. A mistura entre o real e virtual também é bastante provocante no decorrer da película. E não importa se
você é fã do diretor, pois eXistenZ é absolutamente imperdível, e posso
garantir que, após assistir o filme, você terá pelo menos dois pensamentos:
“O que diabos acabou de acontecer?” e “Eu preciso assistir esse filme
novamente”.
Cronenberg é Cronenberg!
ResponderExcluirAcabei de assistir e caralho! Além de toda a complexidade e loucura, o filme termina com uma ótima crítica a uma possivel sociedade dominada por realidades fictícias.
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