sábado, 23 de fevereiro de 2013

Análise: O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2012)



Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell
Elenco: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Jacki Weaver, Anupam Kher, Chris Tucker, Brea Bee
Duração: 122 minutos
Gênero: Comédia / Drama
Países: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Resumo: Após sair de um hospital psiquiátrico, Patrick tenta reconstruir sua vida e fazer as pazes com sua ex-esposa.



Não é uma uma história nova. Pessoas que tentam se livrar de problemas psicológicos e adotar uma postura de otimismo é algo que é tratado constantemente no cinema. No entanto, a grande beleza desta mídia não está apenas em contar histórias novas, mas também em contar histórias velhas de maneira original, e é exatamente isso que O LADO BOM DA VIDA faz em grande parte do tempo.


Acompanhamos Patrick (Bradley Cooper), que está saindo de um hospital psiquiátrico após ter sido aprisionado por quase matar o amante de sua esposa, Nikki (Brea Bee). Diagnosticado com transtorno bipolar, ele tenta encontrar um rumo na sua vida, conseguir seu emprego e mulher de volta, mesmo sabendo que esta tem uma ordem judicial que o impede de se aproximar. Em um jantar na casa de amigos, surge Tiffany (Jennifer Lawrence), jovem viúva que também está buscando um caminho após sua demissão e a morte do marido. Ao ver que ela está fragilizada, o médico de Patrick, Dr. Patel (Anupam Kher) recomenda que aquele ajude-a a melhorar para que Nikki veja que ele está fazendo coisas boas e lhe dê outra chance. Junto a isso tudo, Patrick tem que lidar com a preocupação que seus pais, interpretados por Robert de Niro e Jacki Weaver, sentem por ele, chegando até a sufocá-lo em certos pontos.

Apesar de a história parecer simples, e até um pouco previsível, ela consegue sair do lugar comum graças ao excelente roteiro e as atuações. O elenco é de primeira, e se destacam Cooper e Lawrence, principalmente pela química demonstrada pelos dois em certos pontos do filme, como no diálogo na cafeteria e também em sua dança final. Lawrence consegue se destacar ainda mais que o companheiro, mostrando ser uma mulher que, apesar de ainda sofrer, tenta colocar uma pedra no passado e melhorar a sua vida. E David O. Russell confirma o que já havia mostrado em seu filme anterior, O VENCEDOR (2010): sabe muito bem como dirigir atores. Até esse papel, Bradley Cooper se aparecia apenas em comédias tradicionais, sem ter feito nenhum papel que exigisse mais profundidade. Nesse filme, Russell consegue tirar do ator uma performance digna de sua indicação ao Oscar. Os diálogos que o diretor escreve mostra bem toda a turbulência que se passa pela cabeça de seus personagens perturbados, pois há cenas em que três ou quatro pessoas estão conversando ao mesmo tempo, o que chega a causar até certa confusão na plateia.

O grande pecado do filme é a apelação para alguns clichês do gênero, mas esses erros não chegam a comprometer a diversão que a obra proporciona.O LADO BOM DA VIDA acaba vindo como uma brisa de originalidade e é a declaração definitiva de que David O. Russell veio para ficar.

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