Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Dardano Sacchetti, Giorgio Mariuzzo, Lucio Fulci
Elenco: Catriona MacCall, David Warbeck, Cinzia Monreale, Veronica Lazar, Gianpaolo Saccarola
Duração: 87 minutos
Gênero: Terror
Países: Itália
Idioma: Inglês
Resumo: Uma mulher herda um hotel e acaba descobrindo que ele foi construído sobre uma das entradas do inferno
Quando uma pessoa resolve assistir a um filme de terror, ela
deve estar preparada para encarar certas coisas que são totalmente avessas à realidade. Assim, não é
possível que um cidadão em sã consciência assista, por exemplo, Halloween VI (Halloween: The Curse Of Michael Myers, 1995) e
reclame que o filme é ruim porque o Michael Myers ressuscitou mais uma vez,
mesmo depois de ser queimado, decapitado, profanado e enterrado. Assim, pelo menos para mim, a experiência de aproveitar tudo que Terror nas Trevas tinha
para me oferecer dependia muito do quanto eu estava inclinado a
esquecer a realidade. O grande problema é que nem assim fiquei imune à
irritação causada por alguns problemas que o filme apresentou.
A trama segue Liza (Catriona MacColl) que, após herdar um
hotel, passa a vivenciar momentos bizarros dentro dele. Um prólogo mostra que o
hotel é um lugar amaldiçoado possuindo um portal que leva a uma das sete
portas do inferno. Assim, coisas malditas acontecem com as pessoas que estão
trabalhando no lugar, como o encanador que é morto logo no início, ou o
pedreiro que vê uma menina com olhos brancos e cai do segundo andar. Isso faz
com que a obra se torne até interessante, mas o roteiro é tão ruim, mas tão
ruim, que é impossível não se sentir incomodado em alguns momentos.
Temos por exemplo, uma cena em que Liza está conversando com
um amigo, o doutor John McCabe (David Warbeck) e reclama que os empregados
do hotel estão mais atrapalhando do que ajudando. Ele fala para ela despedi-los
e ela diz: “Não posso, eles vieram com o hotel!”. Há ainda outras coisas dignas
de nota, como a mulher que entra no necrotério sem autorização nenhuma, começa
a colocar a roupa no marido e do nada dá um grito e é encontrada pela filha
derretendo como um sorvete. Os diálogos, como era de se esperar, são quase
todos no nível do exposto acima, e a dublagem feita na pós-produção não ajuda
nem um pouco, soando muito superficial em quase todas as cenas.
No entanto, Terror nas Trevas não é uma perda de tempo
total, graças a alguns elementos muito bem cuidados, entre eles a maquiagem e
efeitos especiais, que são recheados com o mais belo gore, incluindo uma quantidade enorme de sangue sendo espalhado
por todos os cantos. Essa
característica, inclusive, fez com que o filme recebesse uma classificação
indicativa de 18 anos para quase todos os países em que foi lançado. Outro
ponto a ser destacado é o final do filme, composto de belas cenas
mostrando as entradas do inferno, por mais contraditório que isso possa parecer.
Colocando tudo na balança, mesmo com todos os problemas que
o filme mostra, é possível se divertir, principalmente porque as cenas
que se passam dentro do hotel são tão “estranhas” que quase adquirem a aura hipnótica de um sonho. Mas
creio que seja necessário ter algum amor por filmes de terror para que Terror Nas Trevas passe por você sem incomodar.
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