Bom, vou fazer um intervalo no cinema para falar sobre uma das séries que acompanho: The Walking Dead.
Depois de uma boa primeira temporada, a série veio para o seu segundo ano cheia de dúvidas, e acabou decepcionando a maioria dos fãs pela falta de dinâmica. Grande parte daquela temporada foi focada no resgate de Sofia, desaparecida no primeiro episódio, e cujo drama se prolongou - e se encerrou muito bem - até o sétimo episódio. Quando a série voltou, os acontecimentos continuaram se desenrolando dentro da fazenda de Hershel, e os personagens só saíram de lá no último episódio - que foi ótimo, diga-se de passagem.
E então veio a terceira temporada. Com um início muito bom, ela mostrava a luta dos sobreviventes por um lugar seguro para que Lori pudesse ter seu bebê. Enquanto isso, Andrea, que acabou se separando do grupo, foi responsável por outra divisão da história, que envolveu a apresentação de Michonne e do Governador, os melhores personagens entre os novos.
Os primeiros episódios desta temporada foram apresentados ainda em 2012, e deram muitas esperanças aos fãs, pois a história se desenvolvia sempre com acontecimentos interessantes, como o fato de sabermos mais sobre o sadístico Governador, a fuga de Michonne, o nascimento do bebê. a morte de Lori e a invasão de Woodbury. Tudo isso fez com que muita gente - incluindo eu - ficassem ansiosa para o restante da temporada.
Vieram os últimos oito episódios e então a série caiu na mesma cilada da temporada passada, de modo que tudo ficou estagnado e nada se desenvolveu da maneira esperada. Desses episódios, os únicos que achei com boa qualidade foram: 'Arrow on The Doorpost' que, apesar de ter uma cena totalmente desnecessária entre Daryl e Caesar, conseguiu construir um clima tenso com o encontro entre Rick e o Governador; e 'Clear' em que Rick, Carl e Michonne acabam encontrando Morgan Jones - personagem que infelizmente só apareceu no primeiro episódio da série e neste- ao invadirem um bairro em busca de armas para fazer frente à Woodbury. E essa guerra com certeza foi um dos pontos mais decepcionantes da série. Prometida durante os oito episodios finais, ela "aconteceu" no último da maneira mais desagradável possível: o grupo de Woodbury chega com mais de 30 pessoas para enfrentar menos de 10 e sai correndo com o rabo entre as pernas ao dar de cara com dois - isso porque o grupo do Governador tinha um lança granadas em mãos, o que teria acabado com esses dois em segundos.
O outro braço destruidor desses últimos episódios foi Andrea. A personagem, que até foi bem aproveitada no começo da temporada, conseguiu tomar decisões erradas atrás de decisões erradas, lembrando a todo momento a Kate de Lost. O episódio 'Prey' foi totalmente dedicado a ela, retratando sua fuga de Woodbury e o Governador indo atras da personagem. Esse foi um episódio que poderia facilmente ser eliminado do catálogo da série sem nenhum problema, pois as situações mostradas são tão inverossímeis que fizeram até os mais ferrenhos fãs da série se sentirem decepcionados. E essas situações se devem muito à qualidade do roteiro da série, que caiu abruptamente em relação aos da primeira temporada. Um exemplo claro são as cenas de Andrea no último episódio, pois, ao invés de ela se preocupar em pegar o alicate e se livrar das amarras, prefere ficar conversando com o Milton e perdendo um tempo que, graças ao bom Deus, resultou em sua morte.
Mas nem tudo nessa temporada foi ruim. Tivemos algumas coisas boas, a maior parte delas concentrada nos primeiros episódios. Quanto ao desenvolvimento dos personagens, dois deles acabaram se destacando bem nessa parte final: Hershel e Carl. O primeiro sempre tem uma boa participação, agindo como a voz da razão dentro do grupo de Rick, sempre tentando levá-los às melhroes decisões possíveis. Carl, por sua vez, foi talvez um dos personagens que mais cresceu na série, pois ele tinha tudo para cair no clichê da criança indefesa, mas as atitudes dele - principalmente as do ultimo episódio - mostram que ele tem boas chances de começar a ter uma maior importância na série. Por último, um ponto muito forte à favor da série são os seus efeitos especiais, que, para uma produção televisiva, são de enorme qualidade, de modo que a maquiagem feita nos zumbis não fica devendo para nenhuma produção cinematográfica - que, em regra, possui um orçamento bem maior.
Bem, agora é aguardar até o outubro para ver o que a série nos reserva. Com certeza posso dizer que o grau de ansiedade deixado pelo final da terceira temporada foi bem menor do que o deixado pelo final da segunda, mas a minha adoração por qualquer produção envolvendo zumbis fará com que eu continue acompanhando o show.
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