Direção: Rodney Ascher
Elenco: Bill Blakemore, Geoffrey Cocks, Juli Kearns, John Fell Ryan, Jay Weidner
Duração: 102 minutos
Gênero: Documentário
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Resumo: Coletânea com várias teorias sobre o filme O Iluminado, de Stanley Kubrick.
Elenco: Bill Blakemore, Geoffrey Cocks, Juli Kearns, John Fell Ryan, Jay Weidner
Duração: 102 minutos
Gênero: Documentário
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Resumo: Coletânea com várias teorias sobre o filme O Iluminado, de Stanley Kubrick.
AVISO: se você não assistiu O Iluminado, não há sentido nenhum em assistir a esse documentário, pois ele contém vários spoilers do filme citado.
Mais de 30 anos após seu lançamento, O Iluminado (The Shining, 1980) ainda é um
filme que angaria fãs ao redor do mundo. Mesmo não sendo difícil de seguir sua
narrativa, muitos elementos colocados nele deixam as pessoas intrigadas,
perguntando qual o seu real significado. Para tentar jogar uma luz sobre alguns dos
elementos do filme, surgiu o documentário O Labirinto de Kubrick, que reúne uma série de
teorias sobre os eventos que ocorrem naquela obra.
O documentário cumpre bem o papel de mostrar uma das
coisas mais satisfatórias sobre o trabalho de Stanley Kubrick: a grande
quantidade de interpretações que ele gera. E isso é bastante
prazeroso, pois, assim como toda obra de arte, o público atingido pode
achar que uma cena, um quadro ou um poema significa uma coisa, mas para
outra pessoa, o significado pode ser diferente. Melhor ainda, ambos
podem estar certos, pois, dentro de suas próprias experiências pessoais, aqueles
símbolos indicam coisas que fazem todo o sentido.
Nessa linha, algumas suposições do documentário me pareceram bem subjetivas, com poucos elementos para sustentá-las, como aquelas que falam que o filme trata sobre o holocausto, principalmente
por usar símbolos que remontam àquele fato, como o uso de uma máquina de
escrever alemã, águias em várias partes do cenário e a constante
repetição do número 42, que simboliza o ano em que os judeus começaram a ser
exterminados pelos nazistas. Outras teorias me pareceram bem mais descabidas, suportadas apenas por um ou outro elemento presente no filme, como a possibilidade de a obra ser uma
representação do genocídio dos índios nos EUA ou uma alegoria para o
labirinto do Minotauro. Também existem algumas hipóteses absurdas, mas que acabam engraçadas, como o
fato do gerente do hotel ter uma ereção quando conhece Jack Torrance e/ou o
rosto de Kubrick nas nuvens.
Uma ponto interessante apresentado no filme é
relacionado à viagem do homem à Lua. Para quem não sabe, existe uma teoria da conspiração de que todas as imagens envolvendo aquele evento foram feitas em estúdio e dirigidas por Stanley Kubrick. Dessa forma, o
teórico não nega em momento nenhum que o homem conseguiu chegar até lá, mas
mostra uma série de símbolos dentro do filme que supostamente são dicas que o diretor deu, indicando que ele participou daquela encenação.
Há outros elementos curiosos no filme, como a ocorrência de uma série de eventos – e para mim isso não passa de coincidência
- se você assisti-lo simultaneamente do fim para o começo e do
começo para o fim, como sobreposição de cenas em que Jack Nicholson parece um
palhaço com sangue em seu rosto, ou Danny escondendo o rosto entre as mãos e
quando dá uma pequena espiada, dar de cara com Delbert Grady. Infelizmente, foram deixados de lado alguns pontos que também são importantes no filme de Kubrick, como a utilização e a importância das cores em cada cena, a
aparição do homem com fantasia de urso, entre outros.
O que me deixou mais intrigado foram situações que eu
sempre encarei como erros de continuação dentro de O Iluminado. O filme supostamente é recheado destes equívocos, como exemplo, nas cenas em que uma cadeira aparece e desaparece
entre takes seguidos. Há também as conhecidas cenas em que o ambiente se modifica quando Dick Halloran está apresentando o hotel para Wendy e Danny. O que,
para mim, sempre foi um erro – apesar do perfeccionismo de Kubrick –, pode ter
sido intencionalmente feito para mostrar que o hotel tinha “vida
própria”, mudando seus ambientes de modo a mexer psicologicamente com seus
habitantes. Até os tapetes do ambiente parecem se inverter entre uma cena e outra, e dentro do documentário é sugerido um motivo para isso. E, como o próprio título sugere, existe uma parte do filme dedicada apenas a teorias relacionadas ao temido quarto 237.
Por mais interessante que algumas teorias pareçam, ficaremos para sempre com a dúvida,
pois, mesmo se Kubrick ainda estivesse vivo, com toda a certeza ele não se manifestaria sobre qualquer ponto que O Labirinto de Kubrick levantou. E ainda bem que
ele sempre se comportou desta maneira, pois, como todo admirador de um bom
mistério sabe, a resposta é, na maioria das vezes, menos intrigante do que a
pergunta.
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