sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Análise: O Artista (The Artist, 2011)



Ficha Técnica:
O Artista / The Artist (2011)
Duração: 100 minutos
Direção: Michael Hazanavicius
Roteiro: Michael Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell, Malcolm McDowell

O Artista causou um certo frisson à época de seu lançamento, pois grande parte das pessoas acreditava que qualquer coisa referente ao cinema mudo já deveria estar morta e enterrada há muito tempo. Surpreendentemente, o filme conquistou bastante respeito e uma infinidade de prêmios, coisa difícil de se imaginar para uma obra do tipo. Ainda mais atualmente quando grande parte do público não consegue nem prestar atenção em um filme se este não tiver algumas explosões e 500 cortes por minuto.

Nele, acompanhamos a história de George Valentin (Jean Dujardin), um astro do cinema mudo que sofre um baque ao ver a chegada dos filmes falados. Ele se recusa a aderir a essa tecnologia de maneira até egoísta, dizendo que os filmes falados não terão futuro pois as pessoas vão até o cinema para vê-lo, e não para ouvir o que ele está falando. Com isso, ele vê pessoas que estavam ao seu lado, como a atriz Poppy Miller (Bérénice Bejo) conseguindo uma projeção enorme através dessa nova adição à mídia.

Algumas coisas interessantes são mostradas no filme, como, por exemplo, a capacidade que os diretores tinham de se utilizar da imagem para passar sua mensagem. Hoje, vemos uma quantidade absurda de diálogos desnecessários em alguns filmes, sendo que certos movimentos de câmera seriam suficientes para demonstrar tudo isso de maneira mais sutil e eficaz.

Outra coisa interessante é ver que antigamente as pessoas iam para o cinema com roupa de gala, coisa que também acontecia algumas décadas atrás com quem ia pegar um avião. Tal fato tornava-se quase um evento. Hoje, todo mundo vai de qualquer jeito (o que não é problema nenhum) mas o respeito pelo cinema já não existe mais, dado que temos que ficar aguentando celulares e conversas durante todo o tempo.

Sem dúvida alguma a decisão mais acertada de Hazanavicius foi a escolha do elenco. Por ser um filme mudo, O Artista teria que contar com atores que passassem emoção para os espectadores sem se utilizar das palavras. Jean Dujardin e Berenice Bejo foram excelentes escolhas. Ambos tem sorrisos contagiantes e conseguem se expressar de maneira absurda sem dar um único pio. Além disso, transbordam carisma, assim como John Goodman e o cachrro de George.

Com relação à premiação, a vitória de O Artista acabou sendo justa não ser um filme muito acima da média, mas sim porque naquele ano tivemos uma das piores listas de Melhor Filme da história. Isso vai ao encontro do que falei no post inicial do Especial do Mês, quando disse que o fato de a premiação principal ter sido "inflada" funcionou bem em alguns anos, e muito mal em outros. A premiação de 2012 foi um claro exemplo de quando esse inchaço acabou jogando contra o próprio cinema.

Trailer:



Imagens:







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